30/6 – 8/10 2017
Fundaçao Serralves | Porto | Portugal
Fernando Lanhas (Porto, 1923—2012), como todos os arquitetos, sempre quis compreender a geometria do mundo. A sua formação académica contribuiu tanto para esse objetivo como o ser pintor, desenhador, arqueólogo, paleontólogo, astrónomo, etnólogo e poeta. A sua obra pictórica, que deve ajudar a compreender como pode a pintura concorrer para o conhecimento do mundo, não pode, como veremos, ser separada das muitas outras atividades que o ocuparam durante mais de 50 anos.
Enquanto pintor, Fernando Lanhas ocupa um lugar destacado na história da arte portuguesa, sendo apontado como pioneiro do abstracionismo geométrico.
Mais do que numa lógica de diálogo com a arte do seu tempo, a pulsão subtrativa de Lanhas tem origem na convicção – alicerçada no seu precoce interesse pela astronomia e pela arqueologia, assim como pelos seus estudos em arquitetura e pela sua convivência com a música clássica – de que subjaz ao universo uma lógica geométrica comum a todas as eras e a todas as disciplinas que tentam compreender o seu funcionamento. Digamos que Fernando Lanhas aproxima os mundos tradicionalmente afastados das ciências e das artes. Para ele, ambos se podem socorrer de ferramentas similares na sua interrogação do Cosmos.